Bom, aí está minha resenha do texto 5 (“ Os problemas cognitivos envolvidos na construção da representação escrita da linguagem” de Emilia Ferreiro):
Obs.: Para escrever esta resenha, além da aula, sentei e conversei um pouco com minha mãe, que é professora de Alfa., do Curso Normal, no Instituto de Educação Belford Roxo.
O texto “ Os problemas cognitivos envolvidos na construção da representação escrita da linguagem” de Emilia Ferreiro é baseado na Teoria de Piaget. Segundo a autora não podemos resumir a teoria de Piaget a uma descrição de níveis, precisamos pensar nas investigações que foram realizadas para chegar a estes níveis.
A autora nos propõe a pensar na seguinte pergunta: “como se passa de um estado menor de conhecimento a um estado maior de conhecimento?” Ao longo do texto, Emilia Ferreiro nos apresenta as suas teorias para responder a esta questão.
Segundo ela, primeiro precisamos identificar os modos de organização estáveis que caracterizam os níveis de conhecimento do indivíduo. Percebemos que a criança realiza uma série de hipóteses, representações alfabéticas da linguagem e tem isso, de certa forma, estruturado em sua mente. Esta estrutura tem várias formas: correspondência entre som e imagem, representação silábica (sem valor sonoro convencional) e modo silábico-alfabético (apresenta algum valor sonoro convencional).
A criança em fase de alfabetização enfrenta diversos “dilemas” e precisa do auxilio de um adulto ou uma criança mais experiente para “resolvê-los e ao longo desse processo, ela repensa suas hipóteses e chega a representação do código lingüístico usado pelo adulto.
Para a conquista da base alfabética é necessário que a criança pense sobre a escrita e seja colocada em contato direto com portadores de textos reais que sejam presentes em sua vida cotidiana. A criança pode participar de várias experiências com textos do dia-a-dia.
Um exemplo dessas experiências é quando a criança, em casa, pega um pedaço de papel, “escreve uma letra qualquer” e pendura na geladeira com um imã. Esta criança sabe a função da escrita, conhece algumas letras, mas ainda não se apropriou da escrita convencional. O adulto que acompanha o processo de construção da escrita dessa criança pode aproveitar esses ensaios dela e instiga-la a pensar a escrita.
Ao longo do processo a escrita da criança se torna mais rigorosa, ela cria critérios de escrita baseada naquilo em que está pensando e associando à escrita convencional: passa por cada sílaba para uma letra, não repetir as sílabas, etc.
Quando a criança está neste processo de assimilar uma sílaba a uma letra ela compreende o que escreve, mas não compreende o que os outros escrevem, a partir desta indagação as hipóteses de escrita desta criança vão tomando novos rumos e aproximando-se da escrita convencional.
Precisamos estar sempre atentos à condição social da criança e buscar sempre utiliza-la no processo de construção da escrita. As primeiras interpretações dependem portanto de duas condições: uma externa (o contexto) e a outra interna (idéia das crianças de que os nomes são o que realmente é escrito).
Pensar e repensar o processo de alfabetização é o grande desafio que se apresenta para os professores alfabetizadores, que se vêem desafiados a compreender a lógica que a criança apresenta e fazer intervenções significativas que a levem a avançar sem lhes oferecer respostas prontas fazendo-a, a todo o tempo, o sujeito participante dessa construção.
Espero que tenham gostado...
Até a próxima,
Emile Araujo